quinta-feira, novembro 21, 2024
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UNC Entrevista com Gabriel Yuji Nakashima

UNC Entrevista com Gabriel Yuji Nakashima

Uchinaa Network Concierge: Qual o seu país de origem?

Gabriel Yuji Nakashima:“Brasil. Nasci e vivo na capital do estado de Paraná, Curitiba”.

 UNC: Ocupação no seu país.

Gabriel: “Tenho formação em Arquitetura e Urbanismo, mas tenho me aproximado da área de pesquisa”.

UNC: Qual a origem de seus Ancestrais (uyafafuji)?

 Yuji: “Minha família paterna, de onde vem meu sobrenome Nakashima, é de Saga-ken. Já minha família materna – uchinānchu, é Kuniyoshi, originária de Ginoza-son, da região de Sokei. Infelizmente não tenho muito contato com o Ginoza Sonjinkai, mas fui presencialmente a um evento lá da região durante o Uchinānchu Taikai. Eu era o único brasileiro presente, mas houve uma chamada online com diversos Ginoza Sonjinkais do mundo, inclusive do Brasil, e foi aí que fiquei sabendo de amigos e conhecidos que também são Ginozanchus, especialmente um pessoal de Campinas! Aliás, depois soube que meu avô já chegou a visitar a Associação. Foi um encontro muito feliz!”

UNC: O que você faz atualmente ou que pretende fazer durante sua bolsa em Okinawa?

Yuji: “Onze anos atrás, em 2011, vim a Okinawa pela primeira vez, participando do Junior Study Tour (JST, atual UJS – Uchinaa Junior Study). Foi uma ótima experiência, fiz muitos amigos, mas tinha dezessete anos e fiquei pouco tempo, cerca de três semanas por aqui, na casa de um parente. Portanto acho que era muito novo para entender e aprender com as diferenças culturais e não era tão independente para buscar por conta própria meus interesses vivendo em Okinawa. Mas acho que faz parte do escopo do programa. É para termos um primeiro contato com nossa terra de origem e saber que existem pessoas pelo mundo todo que compartilham desta nossa identidade. 

Agora, na minha segunda vez por aqui, tenho mais clareza do que quero. Por um lado, um dos meus objetivos é a língua. Melhorar meu nihongo, a língua japonesa que costuma distanciar nós nipo-descendentes do Japão e de Okinawa. Por isso, desta vez estou vivendo em Ginowan-shi, estudando na Okikoku (Universidade Internacional de Okinawa). Também tenho interesse no uchinaaguchi, mas acabo deixando em segundo plano, pois é pouco usado até mesmo aqui em Okinawa. É uma pena, tratando-se de uma língua que consta desde 2009 no Atlas de Línguas em perigo de extinção, criado pela UNESCO. Além das disciplinas de japonês, também tenho frequentado as aulas de Arte de Okinawa como ouvinte, além de eventualmente alguns ‘saakuru’, que são grupos de alunos focados em alguma atividade. Participei de um em que os estudantes fazem trilha por montanhas uma vez ao mês e estou começando a participar de outro, focado na prática do Ryukyu Buyo.

Por outro lado, vim porque queria sentir como é a vida em Okinawa, confirmar (ou não) tudo aquilo que escutamos desde criança dentro das associações: sobre o uchinaanchu ter um jeito mais tranquilo de viver e ser menos sério que o japonês; se de fato come goya, nabera e sooki sobá; ver se existe shisá, ishigantoo e deigo pelas ruas; se usa palavras do uchinaaguchi como “haisai”, “choodee”, “akisamiyoo”… Enfim, algumas coisas pude confimar, outras não. Porém, precisava vir para ver, ouvir e sentir por mim mesmo o cotidiano okinawano”.

UNC: Quais as palavras que mais gosta de Okinawa (Uchinaaguchi)?

 Yuji: “Como alguém que cresceu tocando Eisaa no Ryukyu Koku Matsuri Daiko, acho que o que mais gosto de dizer é “Hiyasasaa! Haiyaa! Nattichee! Haiyaa!”. E como gachimayaa, ‘kwacchii sabira’ é uma palavra muito útil! Hahaha”

 Matéria completa no jornal impresso.