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Comemoração    do   114º Aniversário   da   Imigração Japonesa no Brasil – 18 de Junho de 2022 – Santos

Comemoração    do   114º Aniversário   da   Imigração Japonesa no Brasil

– 18 de Junho de 2022 – Santos

No dia 18 de junho deste ano, comemorou-se o 114º aniversário da Imigração Japonesa no Brasil, em Santos, organizada pela Associação Japonesa de Santos, com a participação da Associação   Okinawa   de Santos, junto ao monumento dos 781 Primeiros Imigrantes, localizado na área portuária de Santos. 

A vinda de imigrantes japoneses para o Brasil, decorreu   do   interesse dos dois países, sendo   que o primeiro precisava aliviar a tensão social, associada ao seu alto índice demográfico e o segundo, por falta de mão de obra, fruto da abolição   da   escravatura, por força da Lei Áurea, em 13 de maio de 1988 e o aumento da exportação   de   café, pelo Porto de Santos.  Com isso, destaca-se a abertura   brasileira, às   imigrações:  japonesa e chinesa, autorizadas pelo Decreto Lei nº 97 de 05/10/1892.    

A partir daí, o   Japão   enviou o Deputado Tadashi Nemoto para uma visita oficial, objetivando vistoriar o Brasil, cujo relatório incluía os Estados   da    Bahia; Rio de Janeiro; Minas Gerais e São Paulo. Visitando, principalmente o Estado de São Paulo, registrou grande   elogio às   riquezas naturais deste Estado, a    falta   de    mão   de   obra para   a   lavoura e a   área portuária.  

Houve grande divulgação no Japão, para    a    emigração   ao   Brasil, oferecendo, alojamento ou moradia    completa     e    bons    salários.

Assim, em 28 de abril de 1908, às 17:55 hs., partiram   do   Porto de   Kobe/Japão, os 781 passageiros, vinculados ao acordo emigratório, dos quais 325 eram   de   Okinawa   e   os demais   das províncias do Japão.  Juntamente com os passageiros, veio o intérprete Sakae Mine, formado pela Escola de Línguas Estrangeiras do   Japão, acompanhando os imigrantes aos assentamentos nas diversas    fazendas, em razão das diferenças culturais e as dificuldades de comunicação, orientando-os    e    traduzindo aos   capatazes    os    interesses     e     as   manifestações    dos contratados.   Importante, informar que foi o único intérprete que apoiava os imigrantes, pois, os capatazes andavam com armas em punho e chicotes, sempre, ameaçando   os   trabalhadores e   seus   familiares.  Por vários anos, residiu em Santos e orientou   os   trabalhadores que, abandonaram as fazendas em   razão do desacordo com   os organizadores da emigração e as    condições em que viviam no local de   trabalho.  Veio a falecer   na    Cidade   de   Santos, em 1928, e está sepultado no Cemitério do Paquetá, onde todos os anos, juntamente, com a data da imigração é feita homenagem póstuma.

Por: Dr.  Osvaldo Teruya

Presidente da Associação Okinawa de Santos